Consulta inesperada
Uma noite destas ao chegar ao trabalho deparei-me com funções inesperadas.
Tinha que dar formação a um colega novo.
Era ucraniano, mas falava muito bem português.
Apenas lhe perguntei o essencial, mas se não travo o andamento da conversa contava-me a vida toda. Em poucos minutos fiquei a saber o seu nome, idade, quando entrou no país, onde trabalhou, mulher, filhos, sogra, clube...Alto, já chega!!
Depois de umas horas na pele de formador, entreguei-lhe algumas tarefas. Ficou aprovado. Parabéns a ele e ao formador.
O meu trabalho não é complicado, mas existem alguns quebra-cabeças.
Já a noite ia longa quando lhe disse que até às 06:30 podia descansar.
Foi então que tirou meia-dúzia de livros e algumas fotocópias da mala e me disse que ia aproveitar para estudar.
Disse-me que era médico- mostrou-me o cartão para não haverem dúvidas- e que estuda muito português para conseguir passar o exame que lhe dará a cédula que necessita para lhe darem equivalência.
Passará então para o internato geral, e posteriormente para o complementar.
Falou-me em 1300 euros mensais(mínimo)que o estado tem que pagar ao internato geral e que só assim poderia trazer os filhos para Portugal.
Acabei por ficar a saber quais os sintomas das mais variadas doenças, quais as precauções, quais as medidas a tomar, alimentos benéficos, alimentos prejudiciais, enfim, uma autêntica consulta médica.
"A primeira consulta é oferta, eh eh", disse ele por entre gargalhadas.
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